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01/12/2010

Lutero, os reformadores e Nossa Senhora

O protestantismo atual se mostra intolerante com a Virgem Santíssima, no entanto, Martinho Lutero, Calvino, Zwinglio, e os reformadores do Séc. XVI tinham uma estima e reverência profundas a Nossa Senhora, como poderemos ver abaixo. Algumas denominações protestantes estão redescobrindo isso. Por exemplo, Madre Basiléia Schlink, luterana, prega a recuperação da veneração à Virgem Mãe de Deus.

Lutero, em 1522, escreveu um belo comentário do Magnificat de Nossa Senhora, onde repetidas vezes a chama de a “doce Mãe de Deus”. E nele Lutero pede à Virgem “que ore por ele”. Entre outras coisas ele disse da Virgem Maria: “Peçamos a Deus que nos faça compreender bem as palavras do Magnificat… Oxalá Cristo nos conceda esta graça por intercessão de sua Santa Mãe! Amém.” (Comentário do Magnificat).

Como então os protestantes, os seguidores de Lutero, não aceitam a intercessão de Nossa Senhora? É bom recordar também que Lutero implorou a intercessão de Santa Ana, mãe de Nossa Senhora, quando quase foi atingido por um raio.
Lutero disse ainda: “Ela [Maria]nos ensina como devemos amar e louvar a Deus, com alma despojada e de modo verdadeiramente conveniente, sem pro­curar nele o nosso interesse… Eis um modo elevado, puro e nobre de louvar: é bem próprio de um espírito alto e nobre corno o da Virgem. ” (“Maria Mãe dos homens”, Edições Paulinas, SP, p. 561).
“Maria - escreve Lutero - não se orgulha da sua dig­nidade nem da sua indignidade, mas unicamente da consideração divina, que é tão superabundante de bondade e de graça que Deus olhou para uma serva assim tão insignificante e quis considerá-la com tanta magnificência e tanta honra… Ela não exaltou nem a vir­gindade nem a humildade, mas unicamente o olhar divino repleto de graça. (…) De fato não deve ser louvada a sua pequenez, mas o olhar de Deus”. (idem)
Lutero mostra que Nossa Senhora não atrai a nossa atenção sobre Si, mas leva-nos a olhar para Deus: “… Maria não quer ser um ídolo; não é Ela que faz, é Deus que faz todas as coisas. Deve ser invocada para que Deus, por meio da vontade dela, faça aquilo que pedimos; assim devem ser invocados também todos os outros santos, dei­xando que a obra seja inteiramente de Deus” (idem pp.574-575).
Madre Basiléia, é da Sociedade das Irmãs de Darmtadt, fundada na Alemanha e presente no Brasil, luterana; no entanto, as irmãs dessa Comunidade acrescentam no seu nome de Batismo o de Maria, como acontece em algumas Congregações católicas. M. Basiléia escreveu o livro “Maria – Der Weg der Mutter des Herrn”, sobre o “Caminho de Maria”, publicado em Português, em Curitiba (1982), onde cita algumas coisas que Lutero escreveu da Virgem Maria, que transcrevemos da Revista Pergunte e Responderemos, n. 429, 1998 – Lutero e Maria Santíssima, pp. 81-86).
“O que são as servas, os servos, os senhores, as mulheres, os príncipes, os reis, os monarcas da terra, em comparação com a Virgem Maria, que, além de ter nascido de uma estirpe real, é também Mãe de Deus, a mulher mais importante da Terra? No meio de toda a Cristandade ela é a jóia mais preciosa depois de Cristo, a qual nunca pode ser suficientemente exaltada; a imperatriz e rainha mais digna, elevada acima de toda nobreza, sabedoria e santidade”.
“Por justiça teria sido necessário encomendar-lhe um carro de outro e conduzi-la com 4000 cavalos, tocando a trombeta diante da carruagem, anunciando: “Aqui viaja a mulher bendita entre todas as mulheres, a soberana de todo o gênero humano”. Mas tudo isso foi silenciado; a pobre jovenzinha segue a pé, por um caminho tão longo, e apesar disso, é de fato a Mãe de Deus. Por isso não nos deveríamos admirar, se todos os montes tivessem pulado e dançado de alegria”.
“Esta única palavra “mãe de Deus” contém toda a sua honra. Ninguém pode dizer algo de maior dela ou exalta-la, dirigindo-se à ela, mesmo que tivessem tantas línguas quantas folhas crescem nas folhagens, quantas graminhas há na terra, quantas estrelas brilham no céu e quantos grãozinhos de areia existem no mar. Para entender o significado do que é ser mãe de Deus, é preciso pesar e avaliar esta palavra no coração”. (Explicação do Magníficat)
Depois de citar essas palavras de Lutero, M. Basiléia ainda escreve: “Ao ler essas palavras de Martinho Lutero, que até o fim de sua vida honrava a mãe de Jesus, que santificava as festas de Maria e diariamente cantava o Magnificat, se percebe quão longe nós geralmente nos distanciamos da correta atitude para com ela, como Martinho Lutero nos ensina, baseando-se na Sagrada Escritura. Quão profundamente todos nós, evangélicos, deixamo-nos envolver por uma mentalidade racionalista, apesar de que em nossos escritos confessionais se lêem sentenças como esta: “Maria é digna de ser honrada e exaltada no mais alto grau” (Art. 21,27 da Apologia de Confissão de Augsburgo).
Em 1537, em seus “Artigos da Doutrina Cristã”, é o próprio Lutero quem diz: “O Filho de Deus fez-se homem, de modo a ser concebido do Espírito Santo sem o concurso de varão e a nascer de Maria pura, santa e sempre virgem”.
M.Basiléia explica porque escreveu este livro para os evangélicos: “Minha intenção ao escrever este opúsculo sobre o caminho de Maria, segundo o que diz dela a Sagrada Escritura, foi conscientemente reparar esta omissão pela qual me tornei culpada para com o testemunho da Palavra de Deus. Nas últimas décadas o Senhor me concedeu a graça de aprender a amar e honrar cada vez mais a Maria, a mãe de Jesus… Minha sincera intenção ao escrever esse livro, é fazer o que posso para ajudar, a fim de que entre nós, os evangélicos, a mãe de nosso Senhor seja novamente amada e honrada, como lhe compete, segundo as Palavras da Sagrada Escritura e conforme nos recomendou Martinho Lutero, nosso reformador”.
Continua M. Basiléia: “A nossa Igreja Evangélica deixou de lhe prestar honra e louvor; receando com isso reduzir a honra devida a Jesus. Mas o que aconteceu é o seguinte: toda honra autêntica dirigida aos discípulos de Jesus e também à Sua Mãe aumenta a honra do Senhor. Pois foi Ele, só Ele, que os elegeu, os cobriu com sua graça e fez deles Seu vaso de eleição. Por sua fé, seu amor e sua dedicação para com Deus, é Deus colocado no centro das atenções e é glorificado”… “É também intenção nossa – como Imaculada de Maria – contribuir em obediência à Sagrada Escritura, para que nosso Senhor Jesus não seja entristecido por um comportamento nosso destituído de reverência para com Sua mãe ou até de desprezo. Pois ela é Sua mãe que O deu à luz e O criou e educou e a cujo respeito falou o Espírito Santo, por intermédio de Isabel: “Bem-aventurada a que creu”! João Calvino, o reformador protestante de Genebra, aceitou o título de “Mãe de Deus” (Théotokos) definido pelo Concílio de Éfeso, no ano 431, quando foi condenada a heresia de Nestório. Ele sustenta a Virgindade de Maria, afirmando que os irmãos de Jesus citados em Mt 13, 55 não são filhos de Maria, mas parentes do Senhor; professar o contrário, segundo Calvino, significa “ignorância”, “louca sutileza” e “abuso da Sagrada Escritura”. (Revista PR, n. 429, p. 34, 1998)
Calvino disse: “Não podemos reconhecer as bênçãos que nos trouxe Jesus, sem reconhecer ao mesmo tempo quão imensamente Deus honrou e enriqueceu Maria, ao escolhê-la para Mãe de Deus.” (Comm. Sur l’Harm. Evang.,20)
Em 1542, João Calvino publicou o Catecismo da Igreja de Genebra, onde se lê: “O Filho de Deus foi formado no seio da Virgem Maria… Isto aconteceu por ação milagrosa do Espírito Santo sem consórcio de varão” .
“Firmemente creio, segundo as palavras do Evangelho, que Maria, como virgem pura, nos gerou o Filho de Deus e que, tanto no parto quanto após o parto, permaneceu virgem pura e íntegra.” (”Corpus Reformatorum”)
Zwinglio, o reformador protestante de Zurich, conservou três festas marianas (Anunciação, Visitação, Apresentação no Templo) e a recitação da Ave Maria durante o culto sagrado. (PR, idem)
John Wesley, fundador da Igreja metodista na Inglaterra, em 1739, disse: “Creio que [Jesus] foi feito homem, unindo a natureza humana à divina em uma só pessoa; sendo concebido pela obra singular do Espírito Santo, nascido da abençoada Virgem Maria que, tanto antes como depois de dá-lo à luz, continuou virgem pura e imaculada.”
Ora, se os fundadores do protestantismo veneravam e amavam tanto a Virgem Maria, por que, então, hoje, observamos um afastamento da Mãe de Deus? Nossos irmãos separados devem com urgência rever esta questão, como pede a luterana M. Basiléia. Não queremos afrontar esses nossos irmãos, ao contrário, queremos apenas convidá-los para juntos louvarmos e honrarmos Aquela que nos deu o Salvador.

Rock católico, cristoteca e outras vãs tentativas de evangelização.


Começo este artigo com uma história interessante que li no livro “Introdução ao Cristianismo” de Bento XVI, na verdade a história não é dele, o autor é o filósofo dinamarquês Kierkegaard.
A história narra um incêndio que houve em um circo ambulante, logo que começou a pegar fogo o diretor chamou o palhaço que estava pronto para o próximo espetáculo e pediu ao mesmo que fosse correndo ao povoado buscar ajuda, advertindo os moradores do povoado da possibilidade do fogo se espalhar pelos campos ressequidos, com risco iminente das próprias casas serem destruídas.
O palhaço foi às pressas e abordou de imediato os primeiros que viu a sua frente, explicou a situação para os moradores e aconteceu o que ele não imaginava, as pessoas que ele abordou soltaram fortes gargalhadas pensando que o que ele estava falando era mais uma de suas artimanhas de palhaço para conquistas freguesia para o espetáculo que estava para começar. O palhaço enlouquecido com aquela situação desesperadamente abordou outros moradores, e as reações foram sempre à mesma, o palhaço chorou pela sua missão não concretizada e o pior aconteceu na história.
O Papa no seu livro faz um paralelo da historia do palhaço com a realidade dos cristãos dos tempos modernos, somos como este palhaço que vestidos com os trajes de idade média, muitas das vezes não conseguimos atingir os nossos propósitos missionários. No decorrer de todo o capítulo o papa defende a idéia de que a solução para a problemática não é tirar os trajes da idade média ( que seria os princípios da tradição católica) para convencer o povo de nossas verdades, o que daria certo na historia do palhaço. Bento XVI mostra no seu belo livro que os problemas não são de aggiornamentos, as problemáticas vão muito mais além. Não irei aprofundar mais nos pensamentos do papa, por que o objetivo do artigo não é resumir o livro, mas sim usar desta abordagem para fazer comentários que acho necessários para o momento.
Na Igreja têm surgido incontáveis movimentos que tem como principio evangelizar o mundo moderno, acho muito pertinente esta iniciativa, foi exatamente isto que a Igreja desejou e deseja através do Concílio Vaticano II, só que algo é preocupante em grande parte destes movimentos, os idealizadores estão fazendo o que o papa Ratzinguer acha um perigo, estão tirando os “trajes da tradição da Igreja” de si e se vestindo com os “trajes da modernidade”com o intuito de trazer os escravos da modernidade para a Igreja. Querem converter os mundanos usando os artifícios do mundo, estão apresentando um cristianismo maquiado de liberalidade e secularismo. Isto é inadmissível, não é uma estratégia inspirada pelo Espírito Santo, todo mundo sabe que cristianismo é uma morte para os princípios do mundo moderno, é ilógico usar de modernidade para levar as pessoas a rejeitá-la.
Vamos falar de exemplos claros do que estou falando, um exemplo é o chamado Rock Católico, outro exemplo são as Cristotecas, não podemos deixar de falar da Missa-Jovem e para não gastar inúmeras folhas de exemplos, paro citando outro fenômeno que nomeio como destruição da simbologia sacra.
Falemos do rock católico, alguns católicos estão erroneamente fazendo música com este desgraçado estilo musical com a finalidade de converter aqueles que estão neste meio. Estes católicos literalmente rasgam as “vestes da tradição da Igreja” com o intuito de evangelizar. Alguns deles alegam que a Igreja não é contra o Rock por que nunca se pronunciou em documentos, este argumento é ridículo, para estes desinformados, é bom saber que os principais exorcistas do mundo pregam que este estilo musical é veículo de ações satânicas nas almas dos que escutam. Depois o atual papa, quando ainda era cardeal, já se expressou explicitamente contra o rock alegando que este pode se tornar em grandes públicos um autentico culto pagão, e por fim, saibam que a igreja combate as revoluções modernas, logo ela vê o rock que foi a principal arma revolucionária dos últimos tempos como uma praga para os nossos dias.
É ignorância por de mais desejar trazer pessoas para o catolicismo - que é uma religiosidade conservadora – usando de metodologias revolucionarias, minhas desculpas aos católicos que se dizem evangelizar desta forma, mas preciso dizer: Vocês precisam rever o que realmente é o catolicismo.
A mesma coisa se dá com a cristoteca, só muda o estilo musical. É absurda esta tentativa de pescar homens para a Igreja com os batidões enlouquecedores. É a mais pura verdade que as cristotecas ficam cheias, agora não tenha a coragem de me dizer que ela é um ambiente católico, não me diga que destes ambientes saíram jovens comprometido com a cruz de Cristo e com o ardente desejo de pureza, se você vier me dizer isto, sou eu que vou rasgar as minhas vestes.
Imagine Cristo montando uma discoteca para converter os participantes, São Paulo com brinquinho, piercing e inúmeras correntes no braço falando que morreria pelo evangelho do Senhor, por fim, para não falar só de homens antigos, pense em São Padre Pio, Madre Tereza de Calcutá , João Paulo II e o papa Bento promovendo estes eventos ridículos. Eai? Conseguiu pensar? Difícil imaginar, “né”! Por que é tão fácil para alguns católicos promoverem isto, sendo que todos são chamados a santidade e obediência a Cristo e a Igreja? Decidiram tirar “as vestes da tradição da Igreja” em nome de um evangelismo infrutífero.
É moda na minha diocese a chamada Missa jovem, neste evento se vê claramente a absurda ausência de catolicidade para trazer jovens para o catolicismo, a juventude tranca o missal dentro do armário da sacristia e criam a liturgia do interesse deles. A missa deixa de ser o calvário, deixa de ser a manifestação da paixão de Cristo, deixa de ser a bela repetição do rito litúrgico para ser tornar show de rock, palco de teatro e por que não dizer, lugar de paqueras. Catolicismo?Só no nome.
Por fim quero rapidamente comentar sobre o que chamei de destruição da simbologia sacra, falo das Igrejas que já não tem as bela imagens e artes sacras, estou falando dos sacerdotes que largaram as batinas e até mesmo as camisas de clégima, triste realidade, os próprios católicos estão deixando para trás a poderosa simbologia Cristã. Estamos justamente reclamando dos projetos de leis que querem tirar os símbolos católicos dos repartimentos públicos, neste artigo denuncio os católicos que estão tirando a simbologia católica da própria Igreja. Eles se justificam alegando que querem uma igreja para os pobres, os sacerdotes querem se vestir como os leigos para não serem do grupo dos “opressores” e no fim das contas em nome da mentira estão novamente tirando “as vestes da tradição da Igreja” pensando que estão vivendo o cristianismo.
O palhaço sofreu as dores da solidão, é exatamente isto que Cristo sofreu na cruz ao dizer: Pai, por que me abandonastes? Não queiramos destruir a tradição para agradar gregos e troianos, ou roqueiros e baladeiros. Permaneçamos firmes na verdade que às vezes dói, mas liberta, mesmo que esta firmeza gere o flagelo da solidão frente a esta modernidade tão perversa.
Olhe o que o Santo Padre disse em sua ultima visita a Fátima: "Diria que uma Igreja que procura ser acima de tudo atrativa já está no caminho errado. Pois a Igreja não trabalha por si, não trabalha para aumentar seus próprios números, e assim o seu poder. A Igreja está a serviço de um Outro"
Observe também a exortação de São Paulo: Prega a palavra, insiste, quer agrade quer desagrade."(2 Tim 4, 2-4)
E por fim deixo as duras palavras de Santo Irineu de Lyon: "Por astuta aparência de verdade, os hereges seduzem a mente dos inexpertos e escravizam-nos, falsificando as palavras do Senhor" (Ad Haer, Pr. 1)
Quero deixar claro que não sou destes tradicionalistas que congelaram a Igreja belo concilio de trento, acredito que a Igreja é um organismo vivo que se desenvolve também no decorrer da História, mas este desenvolvimento jamais pode ser uma negação de si mesmo.
Por favor, evangelizadores dos tempos modernos, não tirem as vestes católicas, não coloquem mascaras de revolucionários liberais, isto nada tem de Evangelho, ou seja, nada tem de catolicismo.

Contato para missão (031)88802212