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29/07/2011
O velório e a legalização do aborto.
Esta é uma foto de um velório.
Uma mãe que segura em seus braços o filho assassinado. Você não entendeu errado não, de fato essa criança foi assassinada nos EUA.
Agora, o surpreendente: As autoridades identificaram e prenderam o assassino, porém, o assassino não foi condenado por assassinato.
O que você vai ler agora revela o maior e mais nojento descaso com a vida humana, e que estamos prestes a ver também no Brasil caso o aborto seja legalizado no país.
A própria mãe relata o caso:
“Meu nome é Tracie Marciniak.
Na foto, tenho no meu colo o corpo do meu filho morto, Zachariah, no seu funeral.
No nono mês da minha gravidez, eu fui golpeada brutalmente por um homem que sabia o quanto eu queria meu bebê.
Este homem me deu fortes golpes no abdômen. Zachariah sangrou até morrer dentro do meu ventre.
Esse homem que me atacou foi sancionado pelas feridas que me causou mas não pela morte de Zachariah, que não foi juridicamente reconhecido como vítima de um crime”.
.
. Olhando para a fotografia desta criança, existe alguém de bom senso, que ainda negue que é um ser humano que alí está?
Alguém de bom senso que negue que aquela criança morta brutalmente no ventre de sua mãe é uma vida humana?
Ao assassinar aquela criança aos nove meses de gestação, o assassino foi julgado apenas como agressor da mãe.
Mas então por quê ele não respondeu por assassinato?
Explico:
Se a lei americana, que defende o aborto até aos nove meses, reconhecesse o assassinato daquela criança, teriam então que reconhecer que todo aborto é um crime, e isso não querem!
Mas a verdade não precisa se impor, ela por si mesma se revela; ao olharmos para essa foto, percebemos claramente que se trata de uma vida humana, inocente e indefesa, atacada e eliminada por seu agressor, mas antes, pela lei que não a defendeu.
E o que nós temos com isso? Explico:
Se no Brasil o aborto for legalizado, como querem alguns parlamentares, instituições e indústrias interessadas no lucro do aborto, uma mãe grávida que for agredida, espancada brutalmente e por esse motivo perder seu filho, o assassino daquela criança não será condenado por tal crime, apenas por agressão à mulher.
O tema: ABORTO, vai voltar às “discuções públicas”, que de públicas não tem nada, mais cedo ou mais tarde, estejamos atentos.
Religião ”faça você mesmo”: Pano de fundo da tragédia da Noruega.
Paolo Naso, politólogo e mestre em religião e mediação cultural pelaUniversidade La Sapienza de Roma. jornal L’Unità.
A loucura não pode explicar toda a tragédia de Oslo e da ilha de Utoya.
O delírio anti-islâmico de Andrs Breivik tem uma moldura que não podemos ignorar nem simplificar recorrendo ao rótulo fácil do “fundamentalismo cristão”, que pode até ter muitas responsabilidades – por exemplo no extremismo de certos setores da direita religiosa norte-americana –, mas, neste caso específico, não tem nada a ver.
O fundamentalismo cristão é um fenômeno muito articulado e complexo, não necessariamente violento ou politizado. Podemos até afirmar que a maioria dos crentes que se referem a essa corrente teológica são bastante desencantados com relação à cidade do homem e dirigem o seu olhar, o seu coração e as suas esperanças à cidade de Deus, à Jerusalém celeste que descerá do céu.
A radicalização e, às vezes, a violência dessa corrente que surgiu no interior do protestantismo do século passado é um fato recente, politicamente muito relevante, mas quantitativamente minoritário.
Ontem como hoje, os fundamentalistas são, sobretudo, crentes evangélicos que interpretam a Bíblia em sentido literal e rigorista, extraindo dela valores precisos, dogmas teológicos restritos e seletivos e normas de comportamento vinculantes individuais.
Do diário-manifesto de Anders Breivik, surge um quadro totalmente diferente e distante do quadro do fundamentalismo e do literalismo bíblico: o assassino em massa de Oslo tinha fé e intimidade com a maçonaria, alimentava-se da ideologia dos templários, frequentava textos esotéricos. Sua biografia diz que ele aceitou conscientemente a fé protestante e que, mais recentemente, no entanto, teria desejado um “retorno” das igrejas reformadas para a grande Igreja Católica. Salvo depois o fato de ter lançado dardos contra o papa e o Vaticano, a seu ver já inclinados ao Islã.
No blog de Breivik, mais do que a Bíblia, são citados textos militares e políticos. Mais do que de amor cristão, fala-se de ódio anti-islâmico. Mais do que a cruz, discutem-se armas e técnicas de assassinato em massa. A raiz de tudo isso não está no fundamentalismo religioso, embora extremado, mas sim em um confuso identitarismo cultural-religioso, alimentado pelo teorema do choque de civilizações.
No alvo de Breivik, estão, junto com as vítimas inocentes de um acampamento de jovens trabalhistas, o papa e as Igrejas, o amor cristão e a tolerância iluminista, o espírito de acolhida e o pluralismo religioso, a cultura do mundo moderno e a sua complexidade. No repleto panteão ideal do assassino em massa norueguês, a religião cristã convive com a maçonaria e com os templários, com o esoterismo e com o paranormal.
Esse quebra-cabeças desordenado faz de Breivik o filho confuso de uma secularização em estado terminal, em que a religião faz parte da vida privada e pública, mas trivializada e reduzida a pequenos fragmentos que convivem e se confundem com ideias e comportamentos que nada têm a ver com ela.
Nesse sentido, Breivik interpreta ao extremo aquela tendência, já conhecida há anos, àself-made religion, uma fé “faça-você-mesmo”, construída na própria garagem e veiculada pelo próprio computador: discutível, problemática, estranha, mas, em tempos normais, inócua. No entanto, se os tempos não são normais, se alguns setores políticos chamam para uma nova cruzada pós-moderna, e se muitos meios de comunicação competem em amplificar o apelo à guerra de civilizações, essa self-made religion, filha da secularização, pode se tornar excepcionalmente violenta e devastadora.
Fonte: http://www.comshalom.org