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27/01/2012

O que faz a seita Moon no Pantanal?


Desde os anos 90, a Igreja da Unificação do reverendo Moon, através da Associação das Famílias para a Unificação e a Paz Mundial, instalou-se no oeste do Mato Grosso do Sul, comprando enormes extensões de terra, abrindo vários projetos, como a fazenda New Hope, de 22 mil hectares, em Jardim, além de outras terras no Paraguai.
No lado brasileiro, seriam 83 mil hectares entre Porto Murtinho, Corumbá, Guia Lopez da Laguna, Miranda e Jardim. O projeto instalado na fazenda Salobra, por exemplo, no município de Miranda, quer transformar um antigo hotel de pesca existente no local, numa fazenda “de ecoturismo cultural para desenvolver um turismo mundial e favorecer as famílias dos moradores que poderão ter no turismo uma atividade de desenvolvimento sustentável, através de uma exploração racional dos recursos naturais do Pantanal”.
No Paraguai, as terras compradas são ainda maiores: 350 mil hectares! A compra dessas áreas, conforme o presidente da Associação pela Unificação das Famílias para Unificação e a Paz Mundial brasileira, Maurício Raimundo Baldini, foi possível graças a doações vindas legalmente do exterior, através do Banco do Brasil, e que não puderam ser enviadas para fora do País. O capital serviria para o desenvolvimento da obra de Moon, como a compra de fazendas, casas, implantação do trabalho missionário, centros esportivos, escolas e um hotel. Na realidade, porém, a Associação já recebeu uma multa de mais de 3,7 milhões de reais das Secretarias Estaduais de Meio Ambiente, Turismo e Cultura, por irregularidades ambientais cometidas na fazenda New Hope de Jardim, e outra de mais de 47 mil reais pela retirada sem autorização dos órgãos de fiscalização competentes, de 60 toras. A Associação ainda teve obras embargadas na fazenda Loma Porá, em Porto Murtinho, devido à ampliação de 10 km de uma estrada que avançava numa reserva ambiental.
Os jornais de Campo Grande, Correio do Estado e a Folha do Povo, na edição do dia 1 de dezembro de 2001, denunciaram que haveria uma pressão sobre os trabalhadores rurais dessas fazendas para que adiram ao projeto New Hope, inclusive através de casamentos, geralmente decididos pelo rev. Moon.
Quais os reais interesses do rev. Moon no Pantanal?
Todo esse interesse de ampliar imensamente as propriedades nesses dois países, em regiões de fronteira de segurança nacional, separados somente pelo rio Paraguai, será que se restringe somente a motivos religiosos?
Esse acúmulo de terras, de fato, está levantando as suspeitas das autoridades nacionais, civis e militares de que haveria outros interesses menos “espirituais”. Como denunciou o gen. Sérgio Ernesto Conforto, do Comando Militar do Oeste, as terras compradas pelo rev. Moon são de pouca viabilidade para uma economia rentável, especialmente para a agropecuária: são terrenos que, uma vez desmatados, perdem rapidamente sua fertilidade agrícola e “ninguém gastaria tanto dinheiro à toa, sem esperar retorno desse capital”, enfatiza o general.
Outro ponto de suspeita é que, naquela região, não há tanta gente para evangelizar, a menos que se assentem mais pessoas, mas aquela área, geograficamente, não as suportaria. Num discurso na ONU, em outubro do ano passado, o rev. Moon manifestou o desejo de adquirir 1,2 milhão de hectares nos países do Mercosul para organizar áreas destinadas a absorver refugiados e imigrantes de outras nações e desenvolver nelas uma ação para educar famílias para a paz. Será que esse projeto começaria nessas áreas pantaneiras, que possuem um solo pobre, mas um subsolo muito rico?
Quais seriam, então, as verdadeiras intenções de todos esses investimentos em terras de segurança nacional? Essas intenções estão sendo investigadas pelo Exército e não se descarta a suspeita de que o rev. Moon queira juntar as áreas brasileiras e paraguaias numa espécie de feudo pessoal. Também não se descarta a hipótese de lavagem de dinheiro, conforme notícias veiculadas pelos jornais locais.
A audiência pública em Campo Grande
Diante dessas suspeitas bastante fundamentadas, a Assembléia do Mato Grosso do Sul realizou, no dia 30 de novembro, uma sessão especial com audiência pública, para que se esclarecessem todas as dúvidas que pairam no ar. Dela participaram representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e, obviamente, da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), além do gen. Conforto, comandante militar da região pantaneira, e o representante jurídico da Associação.
A audiência realizada na mesma Assembléia estadual confirmou ainda mais essas suspeitas, embora o representante jurídico da Associação, Neudir Simão Ferrabolli, tentasse justificar todas as atividades como um serviço à fé pregada pela seita Moon: “As atividades econômicas em Mato Grosso não são fim, mas sim o meio. No Pantanal o objetivo é desenvolver o turismo contemplativo”. Citando ainda o projeto New Hope em Jardim, Neudir afirmou que este gera mais de 400 empregos e atende
a mais de 300 alunos. “Queremos estabelecer um plano modelo em educação que possa atingir 33 cidades”.

Quem é o rev. Moon
O rev. Sun Myung Moon nasceu na Coréia em 1920, filho de uma família de fazendeiros convertida ao cristianismo. Em 1939, estudou engenharia na universidade de Waseda, no Japão.
Em 1945, iniciou seu ministério público, tendo já organizado o conteúdo doutrinal da Igreja da Unificação que fundou, oficialmente, em 1954, com o nome de “Associação do Espírito Santo para a Unificação do Cristianismo Mundial” e simplificado de “Igreja da Unificação”.
A partir de então, a seita de Moon difunde-se pelo mundo afora. No Brasil, em fevereiro de 1999, ele iniciou, no mato Grosso, o projeto New Hope, realizando cerimônias religiosas em hotéis da região, como o Hotel Nabileque e Americano, pregando a libertação e arrepen-dimento de Satanás. Depois da benção de 360 milhões de casais (sic), conforme biografia de Neudir Ferabolli, “O Fenômeno Moon”, Satanás rendeu-se diante de Deus.
A doutrina
É difícil e complicado fazer uma síntese doutrinal da Igreja da Unifi-cação, pois é muito contraditória em si mesma. Citamos no quadro abaixo, frases de discursos de Moon, retira-das da biografia (aliás, bajulatória e exaltada) já citada de Neudir Ferabolli e que resume todo o conteúdo sobre a doutrina.
Apesar de tantas contradições doutrinais, o rev. Moon construiu um grande império econômico espalha-do em muitos países, fundou muitas associações, entre as quais, a Associação das Famílias para Unifi-cação e Paz Mundial, lançada em Washington, em 1966. Na visão do fundador, a família é o principal meio de salvação dos homens, a chave para a paz social, nacional e mundial.

Libertei-me da Seita Moon

Libertei-me da Seita Moon

Steve Hassan conta como se libertou da seita do rev. Moon, revelando as técnicas de conquista utilizadas pelas seitas
Um autônomo, um fantoche, pronto para matar ou ser morto a um sinal de comando do ver. Moon, o líder da Igreja da unificação. Assim era Steve Hassam, nos anos 70, após ter sido recrutado pela seita, aos 19 anos e com um promissor futuro de estudioso de literatura inglesa. Por causa de Moon, tinha abandonado tudo: livros, basquete , música e qualquer outro interesse que tinha até então. Não se encontrava mais com os pais nem com os amigos: entregara toda sua vontade de viver e a sua conta bancaria à seita de Moon.
Dessa trágica experiência, Hassan saiu por um milagre. Vítima de uma acidente em 1976, devido ao estresse no trabalho, foi obrigado a um período de repouso por alguns meses. Nesse tempo, Hassam voltou a viver na casa dos pais que há tempos, não encontrava. Foi nesse momento que seus pais decidiram "desprogramá-lo", ou seja obrigaram-no a falar alguns ex-membros da seita Moon que tinham se desvinculados das garras do líder. Essa conversa fez com que ele enxergasse a realidade.
Desde então, Steve Hassam vem se dedicando a combater todas as religiões destrutivas que podem representar um perigo, em particular para os jovens. Publicou vários livros, sendo o último Como sair de uma seita. Após sua libertação, conseguiu o titulo de mestre em Psicologia em Cambridge e dirige em Somerville - Massachusets -EUA, o centro para liberdade da mente (www.fremofmd.com), uma organização para ajudar famílias, cujos filhos foram conquistados pelas seita ou grupos para- religiosos.
Prof. Hassam, algumas características que o sr. Atribui aos chamados "cultos destrutivos" são típicas de grupos sociais e também da sociedade, em seu conjunto: aos indivíduos pede-se que assumam determinados comportamentos, em vista de seu próprio bem ou porque é importante obedecer a um líder; quem pensa de maneira diferente, geralmente, é afastado do grupo. O que distingue uma seita destrutiva, com efeitos negativos sobre o individuo, de uma grupo social que tem uma influencia benéfica?
A primeira característica das seitas é o engano e o logro. Elas acham que estão acima da lei e não lhes importa a legalidade dos meios para conseguir arrebanhar os fiéis. A segunda é suprimir no adepto a capacidade crítica diante da seita. Eu, por exemplo, quando fazia parte da seita de Moon, não achava nada de negativo. As seitas têm uma estrutura piramidal: o chefe consegue dominar seus seguidores para que se comportem como ele. Não existe respeito pelo individuo nem pela sua livre vontade.
O que é feito para evitar as críticas doas adeptos a respeito da seita?
Existem métodos para incutir a técnica de controle mental, que ajudam o adepto a evitar pensamentos críticos a respeito da seita. Por exemplo, Moon possuía uma fabrica de armas, mas quando meu pai me lembrou esse fato, não acreditei e comecei a fazer umas orações que me ajudassem a rejeitar essa influência satânica que - estava mais do que convencido - se manifestava através das palavras de meu pai.
Porque pessoas entram para uma seita?
Eu não diria que as pessoas entram para uma seita, mas que elas são recrutadas e isso é uma diferença enorme, como demonstram minhas pesquisas.
Em geral, nós pensamos que se uma pessoa é psicológica ou intelectualmente sadia, não entra para uma seita, mas essa é uma convicção totalmente infundida. As seitas possuem técnicas de controle da mente que, conjugadas com mentiras e os enganos, são praticamente irresistível. Trata-se de um sistema muito sofisticado: se você é uma pessoa culta, eles falam de cultura, se é uma pessoa espiritual, de espiritualidade e assim por diante, em outros casos.
Eu , por exemplo, havia me separado recentemente de minha namorada e fui abordado por um grupo de mulheres que não disseram claramente seguidoras de Moon. Se tivesse sabido que eram adeptas de Moon, eu teria ficado atento para não ser pego, mas não foi assim.
Como a seita consegue controlar o comportamento das pessoas?
As seitas seguem aquilo que eu chamo de bitemodel cuja sigla bite significa behaviour (comportamento), information, (informação), thoutght (pensamento), emotion (emoções).
Controlado todas essas tarefas da vida de uma pessoa, as seitas controlam o individuo, criando uma falsa identidade, isto é, uma identidade fundada sobre um sistema de valores diferente daquele que o individuo seguiu até aquele momento. Em se tratando de uma falsa identidade, acontecem alucinações e alterações no estado psicológico, mas isso é considerado pela pessoa como uma nova "experiência espiritual".
Um ponto muito importante a ser destacado é que essa nova identidade, construída sobre a identidade do líder reprime, mas não elimina a verdadeira. Os seguidores são levados a pensar, sentir, agir como o líder.
Um pouco como acontece com as crianças?
Justamente, mas com uma diferença. Enquanto a dependência das crianças em relação aos pais ajuda a entrar na realidade e construir sua individualidade, seus interesses, suas capacidades específicas, no caso dos seguidores das seitas, as características da individualidade são demolidas, através do afastamento da realidade. Incutiram em mim que eu não tinha mais pais e que Moon e sua mulher eram meus genitores; que a poesia, a literatura e o basquete eram coisas satânicas, porque não combinavam com as exigências da nova fé. Os meus amigos que recusaram a ser doutrinados, como eu fui, construíram uma influência satânica assim como meus cabelos compridos. Eles diziam que Deus outros planos para mim.
Os lideres das seitas estão conscientes de que estão enganando os adeptos ou, por sua vez, estão convencidos das idéias com as quais controlam as mentes dos seguidores?
Pela minha experiência, sua inteligência não funciona de maneira diferente daquela de outros adeptos, ou seja, não estão conscientes de que os seguidores alimenta neles a convicção de serem pessoas de delírio coletivo do qual adeptos e chefes fazem parte.

Os dez princípios do reverendo Moon

  1. Jesus Cristo fracassou em sua missão redentora por não ter constituído família.
  2. A cruz é o símbolo do fracasso de Cristo porque deferia ter se casado e gerado uma raça pura.
  3. O Espírito Santo não faz parte da Trindade, mas é a fusão de vários espíritos bons que servem para auxiliar os vivos.
  4. As orações devem ser feitas em nome do Pai e não em nome de Jesus.
  5. Ao invés de ter sido gerado pelo Espírito Santo, Jesus foi concedido a partir de uma relação sexual de Maria.
  6. O livro Princípios Divino, que contém as revelações de Moon para seus seguidores, tem mais autoridade que a Bíblia.
  7. Somente através do matrimônio é possível entrar em comunhão com Deus. Quem é solteiro não pode alcança a plenitude espiritual.
  8. Orientado por revelações o rev Moon determina pessoalmente o casamento dos seguidores.
  9. As palavras do Novo Testamento perderão sua luz, quando vier o Senhor do Segundo Advento com uma nova palavra.
  10. Os espíritos dos mortos influência e ajudam os vivos.

Hinduístas que martirizaram cristãos se convertem ao catolicismo.

Igreja católica de Raikia, Kandhamal, restaurada

Luis Dufaur

Nas florestas de Kandhamal, no estado indiano de Orissa oriental, os católicos celebraram as festas do fim de ano numa surpreendente alegria, pelo menos para Anto Akkara, correspondente do “National Catholic Register”, dos EUA.

Ninguém teria adivinhado, escreve Anto, que poucos anos atrás naquele local mais de uma centena deles havia sido sadicamente martirizada por fanáticos hinduístas.

Uma das festas católicas se realizou diante das ruínas de uma casa ainda acinzentada, onde um jovem católico aleijado foi queimado vivo naquelas sinistras jornadas.

Como se explica isso?



O soldado aposentado Rabindra Pradhan, irmão mais velho do mártir Rasanand Pradhan, 28, tem a resposta na ponta da língua:

Crescem as conversões de famílias inteiras

“O martírio de meu irmão não foi em vão. Cerca de meia dúzia de famílias hindus estão agora participando regularmente de nossas cerimônias”.

Incapacitado para fugir, Rasanand foi o primeiro mártir que deu a vida pela Fé na pior das perseguições de cristãos na história da Índia.

Nela, além de incontáveis assassinatos, os hinduístas incendiaram 300 igrejas e perto de 6.000 casas. 54.000 cristãos ficaram sem moradia.

Hoje, entretanto, muitos dos assassinos fanáticos estão se convertendo à Fé de Jesus Cristo.

O fazendeiro Kartick Behra é um deles. “Ficamos emocionados com a fé desse pessoal, por isso decidimos nos tornar cristãos”, esclarece Behra, que vai à igreja há um ano.

“Quando eu fiquei doente, eu comecei a ir à igreja e minha doença ficou curada. Não tenho mais medo de ser atacado por aquela turma”, disse.

Furor cristofóbico queria apostasia dos católicos

Durante os ataques anticristãos em Gadragam, alucinados fundamentalistas chegaram a pôr uma espada no pescoço de Behra, que embora fosse da mesma religião pagã, se negava a entregar as famílias católicas que acolheu em sua fazenda.

“Muitas famílias aqui agora querem se tornar católicas”, conta Behra, cuja esposa e quatro filhos também frequentam regularmente a paróquia.

O correspondente do “National Catholic Register”, Anto Akkara, encontrou testemunhas do brutal morticínio na missa de domingo na igreja de Tiangia.

“Vir à igreja me traz paz de alma. Nada vai mudar minha decisão”, explicou a viúva, Jamboti Digal.

Além das centenas de hinduístas que estão abraçando o Catolicismo em Kandhamal, há ainda aqueles que pedem perdão por terem tentado fazer apostatar os católicos pela violência.

Hipólito Nayak, aposentado católico, contou que Lakhno Pradhan, um dos líderes hindus fundamentalistas que promoveram os ataques na região de Tiangia, foi lhe presentear uma flor na manhã do primeiro dia do ano.

Ódio cristofóbico nada poupou. Mas a Providência inverteu o jogo

“Ele pediu perdão pelo que os hindus fizeram aos cristãos. Certamente Deus está tocando seus corações endurecidos”, disse Nayak, cuja casa foi destruída durante as violências.

O Pe. Prasanna Kumar Singh, vigário da paróquia de Pobingia, contou que outro líder fanático pediu perdão pelos danos feitos à igreja católica. Esta só foi reparada e re-consagrada em 2011.

“Ele até participou na missa de Natal e apresentou frutos durante o ofertório”, disse o Pe. Singh.

O Padre Subhodh Pradhan, vigário da paróquia de Raikia, a maior de Kandhamal, confirmou que numerosos hindus manifestam o desejo de se tornarem católicos.

A conversão não é fácil, pois as leis do Estado complicam os procedimentos.

“Mas dá na mesma, pois o fato é que Kandhamal está provando que Tertuliano tinha razão”, comentou o Pe. Pradhan, ex-reitor do Seminário Menor de São Paulo, em Balliguda, Kandhamal.

Catolicismo cresce regado com o sangue dos mártires

O historiador da Igreja Quintus Septimius Florens Tertullianus, conhecido simplesmente como Tertuliano, é o autor do célebre dito: “O sangue dos mártires é semente de cristãos”.

Isto não quer dizer que as violências cessarão. Embora tenha havido alguns assassinatos praticados por hinduístas em 2011, os crimes por ódio à Fé não mudam a determinação dos catecúmenos e o andamento da disseminada tendência à conversão.

“Os planos de Deus vão além da nossa compreensão”, disse D. John Barwa, arcebispo de Cuttack Bhubaneswar, Diocese de Kandhamal. “O que aconteceu aqui em Kandhamal foi muito dolorido. Mas não foi um retrocesso. E agora está mostrando ter sido uma bênção”, acrescentou o arcebispo.


Fonte: http://www.ipco.org.br