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11/04/2012

O Supremo abre as portas para o aborto à força de eufemismos. Por enquanto, só uma voz destoa


O Supremo abre as portas para o aborto à força de eufemismos. Por enquanto, só uma voz destoa

Quem assistiu hoje ao julgamento que o Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou para decidir sobre a legalidade do aborto de bebês com meroanencefalia (comumente chamados de anencéfalos) teve a oportunidade de presenciar - novamente - um triste espetáculo: um colegiado de juízes em que a maioria destes pretende impor suas próprias concepções de mundo como reitoras da ordem social, apoiada numa ladainha de pseudo-argumentos falaciosos e eufemísticos.

O placar celebra a morte. Cinco ministros - duas delas mulheres, que deveriam ser guardiãs naturais da vida - deram votos favoráveis à procedência da APDF 54, que  possibilitará, se aprovada, o aborto de bebês nos quais seja diagnosticada a meroanencefalia. Só um voto - o do ministro Ricardo Lewandowski - foi favorável ao direito à vida dos nascituros independentemente de sua condição de saúde. O presidente do STF suspendeu o julgamento, que será recomeçado amanhã. Ainda devem ser emitidos quatro votos, os dos ministros Celso de Mello, Ayres Britto,  Gilmar Mendes e o do presidente Cezar Peluso. José Dias Toffoli se declarou impedido para votar.

A cada julgamento do STF que envolve a proteção legal da vida parece evidenciar-se que a maioria dos  ministros enxerga a imediata repulsa que seus atos jurídicos causariam na população se fossem claramente expostos.

A maioria dos Ministros, que parecem seguir uma agenda programática de reformulação do senso comum e da ordem natural inscrita na consciência, se revelam mestres da arte de dizer as coisas mais assustadoras e irracionais de um modo polido, educado e leve, escondendo assim suas verdadeiras intenções debaixo de camadas e camadas de expressões eufemísticas que tornam seus discursos enigmáticos.

Hoje observamos o emprego, por parte dos nossos juízes, de inúmeras expressões eufemísticas para escamotear a verdade sobre o que ali estava sendo decidido. Os ministros lutam por “interrupção voluntária da gravidez” quando na verdade querem negar às crianças anencéfalas o direito de viver as poucas horas que conseguirão sobreviver, e repetiam dezenas de vezes “antecipação terapêutica do parto” quando na verdade queriam dizer aborto eugenésico, negação dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana e destruição das bases morais da sociedade brasileira.

O próprio ministro Luiz Fux reconheceu em seu voto  que, na argumentação, estava sendo feito o uso de eufemismos.  

Essa técnica de manipulação da opinião publica é antiga no meio político e infelizmente já foi usada diversas vezes por regimes totalitários que a utilizaram para cometer atrocidades sem enfrentar uma contestação imediata do povo. Fica claro, então, que os ministros do STF, ao trocarem  "aborto eugenésico" por “antecipação do parto de anencéfalos”, querem ludibriar o povo brasileiro.

Ao defenderem os pretensos “direitos reprodutivos da mulher” eles abrem legalmente as portas do nosso país à relativização do valor absoluto da vida e à mentalidade materialista-utilitarista do mundo pós-moderno, que considera o ser humano uma mera peça de engrenagem na máquina do consumo e do lucro desenfreado.

A blasfema e forçada citação que o ministro Fux fez da “Lei Sagrada” em seu voto pró-eugenia se reverte contra seus próprios pseudoargumentos. Essa Lei Sagrada, da qual falava Cícero, é a Lei Moral incutida em nosso coração desde sempre, e jamais permitirá que a humanidade cometa, sem graves conseqüências, o genocídio oficial de milhares de crianças que, somente por sofrerem uma doença grave, são consideradas uma subespécie do gênero humano.

Depois do que parecia uma interminável passarela de eufemismos e jargões politicamente corretos, veio a luz um pouco de sensatez. O ministro Ricardo Lewandowski afirmou na leitura de seu voto não concordar com os votos que lhe antecederam.

Pontualizou os limites do poder que o Judiciário tem e lhe negou o papel de legislador positivo que -suplantando indevidamente o Poder Legislativo - emita ou derrogue leis. Ele deve apenas interpretar e aplicar a lei.

O ministro lembrou que a Carta Magna e o Código Civil Brasileiro garantem os direitos do nascituro, para começar com o direito fundamental à vida, independentemente da sua condição de saúde.

No trecho possivelmente mais relevante do seu voto, Lewandowski recolocou na agenda do julgamento  o vínculo do assunto tratado com o aborto, a eugenia e o direito objetivo à vida que os cinco ministros que lhe antecederam na votação tentaram insistentemente apagar. 

O aborto de bebês anencéfalos "abriria as portas para o aborto de inúmeros embriões que sofrem de outras doenças que viriam a encurtar a sua vida intra ou extra-uterina", disse.

Note-se a extraordinária pontualização do juíz: uma decisão favorável à APDF 54 viria abrir as portas para encurtar a vida intra ou extra-uterina de crianças com outras doenças congênitas. Os argumentos oferecidos pelo relator e pelos ministros Rosa Weber, Joaquim Barbosa, Carmen Lúcia e Luiz Fux fundamentariam objetivamente a possibilidade real de considerar legal o aborto e até mesmo o infanticídio de crianças doentes ou deficientes.

Se um bebê "não possui vida" porque "não desfruta de nenhuma função superior do sistema nervoso central responsável pela consciência, cognição, vida relacional, comunicação, afetividade e emotividade", então não importa se "antecipa-se seu parto"  ou se termina com ele quando já tem umas horas, dias ou meses de nascido. 

Segundo o relator, o ministro Marco Aurélio, "o anencéfalo é um natimorto, não há vida em potencial", ainda que haja batimento cardíaco e outras funções fisiológicas. Então, a partir do final do julgamento, a quantas crianças em gestação ou recém nascidas com outras doenças congênitas serão também aplicadas essas palavras?

Fica pois claramente aberta a porta para o infanticídio e a eutanásia, ainda que a maioria dos juízes o negue. "Não estamos aqui para, neste julgamento, aprovar o aborto ou a eugenia, ou enfraquecer o direito à vida; todos aqui, assim como todas as partes envolvidas estão a favor da vida", afirmou categórica a ministra Carmen Lúcia. Falácias e eufemismos!

O que está em jogo no julgamento que continua amanhã é sim o direito à vida. A decisão garantirá precedente jurídico vinculante para qualquer julgamento, em qualquer âmbito em que uma mulher deseje abortar, e, como antevê Lewandowski, inclusive onde se julgue a possibilidade legal de "interromper a vida" - para usar o jargão dos ministros - de uma criança deficiente dentro ou fora do útero.

O julgamento de hoje serve para nos mostrar que o poder judiciário brasileiro não está mais atrelado à ordem natural e moral na qual se deve fundamentar toda ordem jurídica,  mas que a alta Corte da nossa Nação serve a uma agenda ideológica de engenharia social em confronto aberto com a dignidade da pessoa humana.

Ao STF, um apelo: o Estado tem a obrigação de proteger e defender a vida humana, toda vida humana, sem exceção. É um dever do qual não se pode subtrair. Amanhã escutaremos os outros quatro ministros do Supremo, e o resultado parece quase fadado a louvar a morte. Seja qual for a sentença final do julgamento, para nós a esperança não pode morrer e a oração e a luta se devem intensificar. Assim deve ser para todos os que defendemos que viver é verbo intransitivo.

Voto Católico | Belo Horizonte
11 de abril de 2012.

Julgamento no STF: o voto insidioso do Ministro Marco Aurélio


Julgamento no STF: o voto insidioso do Ministro Marco Aurélio
11.04.2012 - O julgamento no Supremo Tribunal Federal está acontecendo, e o voto do relator do projeto que pretende legalizar o aborto de fetos anencéfalos já saiu. O nome do ministro é Marco Aurélio Mello. O G1 reportou algumas falas do indivíduo, às quais pretendo fazer breves comentários, posto que, além de defender o aborto eugênico dos embriões sem cérebro, o ministro fez uma crítica ferrenha à Igreja Católica e à sua moral, insinuando que a voz dos cristãos pró-vida deveria ser simplesmente ignorada em debates políticos.
Comecemos pela primeira pérola. Marco Aurélio afirma que o “aborto é crime contra a vida”. A continuação da fala, porém, é desastrosa: “No caso do anencéfalo, não existe vida possível.” Para o relator do projeto, “o feto anencéfalo é biologicamente vivo, por ser formado por células vivas, e juridicamente morto, não gozando de proteção estatal”. Acontece que as palavras do ministro são simplesmente mentirosas. No caso do anencéfalo, existe vida possível sim! Prova disso são seres humanos que conseguiram viver, já fora do útero, por alguns anos, mesmo com a deficiência da anencefalia. No Brasil, dois casos são clássicos: o primeiro, da menina Marcela de Jesus, que sobreviveu por 1 ano e 8 meses; o segundo, da menina Vitória de Cristo, que ESTÁ VIVA– já tem mais de 2 anos de idade -, mesmo não possuindo cérebro [foto abaixo].
No México, uma garota nasceu sem cérebro, e, até o ano de 2008, contava seis anos. Todos estes fatos são provas de que Marco Aurélio está errado, de que a vida de um anencéfalo é, sim, perfeitamente possível. Limitamo-nos, por ora, a estes exemplos, mas existem muitos outros…!
O relator do projeto insidioso prossegue seu discurso: “Cumpre à mulher, em seu ritmo, no exercício do direito à privacidade, sem temor de reprimenda, voltar-se para si mesma, refletir sobre as próprias concepções e avaliar se quer ou não levar a decisão adiante. Ao Estado não é dado intrometer-se. Ao Estado compete apenas se incumbir do dever de informar e prestar apoio médico e psicológico a paciente antes de depois da decisão, seja ela qual for”.
A decisão a ser tomada pela mulher é bem intimista, na defesa do ministro do STF. A vida do feto anencéfalo já foi relegada à subjetividade – ou melhor, foi decretado que sua vida nem possível é -, agora, basta desintegrar o “amontoado de células” que está ali no útero feminino e pronto. Quanto ao Estado, aparentemente a ele “não é dado intrometer-se”. Acontece que ele mesmo exerce essa intromissão quando decreta quais seres humanos podem ou não ser eliminados, quando decreta quais criaturas têm ou não vida possível, quando estabelece quais pessoas merecem ou não continuar se desenvolvendo, até sua morte natural. O nome disto é eugenia. Foi praticado por Hitler na Alemanha nazista. É uma vergonha que, neste momento da história, também o Estado brasileiro esteja adotando, de maneira sorrateira, esta maneira de encarar a vida humana – com banalidade e frieza.
As bobagens de Marco Aurélio, no entanto, não param por aí. O ministro fecha “com chave de lata”, ao criticar as manifestações dos católicos em defesa da vida dos anencéfalos. “Concepções religiosas não podem guiar as decisões estatais, devendo ficar circunscritas à esfera privada. A crença religiosa ou a ausência dela serve precipuamente para ditar a vida privada do indivíduo que a possui. Paixões religiosas de toda a ordem hão de ser colocadas à parte das decisões do estado.
Acontece que os argumentos utilizados pelos militantes pró-vida para sustentarem sua luta contra a legalização do aborto não são meras “paixões religiosas”, não são “crenças” místicas, supostamente desconexas com a realidade… São concepções baseadas em fortes estudos de embriologia, formadas por meio de penosos debates de bioética. Não podem ser relegadas à esfera privada, posto que, em uma sociedade democrática, também os religiosos têm o direito de manifestar livremente sua contribuição para um diálogo acerca de temas políticos relevantes à vida social.
Trago as palavras do rico Compêndio da Doutrina Social da Igreja sobre o assunto:
“A doutrina moral católica (…) exclui claramente a perspectiva de uma laicidade concebida como autonomia da lei moral: A ‘laicidade’, de fato, significa, em primeiro lugar, a atitude de quem respeita as verdades resultantes do conhecimento natural que se tem do homem que vive em sociedade, mesmo que essas verdades sejam contemporaneamente ensinadas por uma religião específica, pois a verdade é uma só. Buscar sinceramente a verdade, promover e defender com meios lícitos as verdades morais concernentes à vida social ― a justiça, a liberdade, o respeito à vida e aos demais direitos da pessoa ― é direito e dever de todos os membros de uma comunidade social e política.”
Compêndio da DSI, n. 571
Os ministros do Supremo não se contentam em fazer defesa do aborto eugênico. Também querem calar os que são contrários a esta terrível desumanidade, taxando de “carolas”, “fanáticos” e coisas do tipo aqueles que, fundamentados em um sólido conhecimento de Direito e Bioética, se colocam ao lado dos humanos, porém, indefesos anencéfalos.
Senhores ministros, façam-nos um favor: Tirem da sala do Supremo este crucifixo… Coloquem no lugar qualquer instrumento de fazer curetagem. É bem mais digno dos senhores.
Por Everth Queiroz Oliveira  -  http://beinbetter.wordpress.com

Júlia, a anencéfala que deixou saudades



(seus pais resistiram à pressão para praticarem um aborto)

Com a proximidade da sessão em que o Supremo Tribunal Federal votará a ADPF 54 (aborto de anencéfalos), convém assistir ao comovente depoimento dos pais de Júlia, uma criança anencéfala nascida em Anápolis (GO) em 04/03/2010 às 7h30min. Batizei-a logo após o parto. A mãe foi trazida em uma maca para se despedir de sua filha, conforme desejava. A criança morreu cerca de uma hora após o nascimento. Sabiamente, os pais de Júlia tomaram a decisão de amá-la até o último momento, rejeitando a “solução” do aborto que lhes fora proposta. Na transcrição a seguir, procurou-se conservar a linguagem falada, entrecortada por emoções.


Carla, mãe de Júlia:

Descobri no quinto mês de gravidez o problema da Júlia. Quando eu descobri o problema dela, a médica me explicou que poderia ser feito um aborto. Perguntei à médica se poderia continuar com a gravidez. Ela disse que poderia, mas que não tinha necessidade, que eu iria sofrer muito se prosseguisse com a gravidez. E se eu fizesse um aborto, […] iria evitar mais sofrimento para mim. Eu já estava decidida a continuar com a gravidez. Procurei o Pró-Vida de Anápolis para me orientar de alguma coisa. Foi no Pró-Vida que eu descobri o problema de minha filha, que eu entendi o problema dela. Eu sabia que ela não tinha formado o crânio. Até então era só isso. E que não tinha chance nenhuma de vida. Foi através do Pró-Vida que eu vi o relato de outras mães, que eu vi fotos de bebês anencéfalos, e entendi o problema da minha filha. E eu tive uma orientação e uma força muito grande para poder continuar coma minha gravidez. Eu tive um apoio muito grande.

Eu tinha um bebê de quatro meses [de nascido] quando descobri que estava grávida. E no início foi um susto muito grande. Eu estava tão feliz com a gravidez anterior que eu desejava muito essa criança. E ao mesmo tempo eu tinha que me preparar para o desfecho que teria esta outra filha que eu estava esperando. Tentei aproveitar ao máximo a minha gravidez. Pedi muito a Deus que eu queria vê-la antes de ela morrer. Era o meu maior desejo. Poder dar o Batismo para ela, ficar com ela pelo menos um momento que fosse...

Consegui levar minha gravidez até o final. Minha filha morreu uma hora depois do parto. Conheci minha filha. Vi ela viva ainda. É um sentimento que não tenho como explicar. Hoje eu penso nela... Eu queria ter mais tempo ainda com ela. Cada minutinho que eu passei com ela compensou todo o sofrimento que eu tive. Quando eu vi o rosto dela, foi a melhor sensação que eu já tinha sentido na minha vida.

Tenho outros dois filhos. Não tem como explicar. Quando eu olho as fotos da minha filha, quando eu me lembro dela, do meu parto… Como que as pessoas querem tirar... abortar uma criança que... tem tudo? Ela só não ia viver. Eu só não ia ver a minha filha. Mas durante a minha gravidez ela mexia muito, como a minha outra filha, às vezes até mais... [...] Ela morreu uma hora depois do parto. Eu fui para a Santa Casa ganhar neném. Olhar as fotos dela, lembrar dela… Nunca, nunca na minha vida, é uma coisa que não tem como nem pensar a questão de aborto. Não tem como pensar nisso. Como é que uma pessoa consegue?

Quando me cogitaram a ideia de fazer aborto — e foram várias vezes que minha médica tentou — eu não consigo imaginar palavras... Como eu poderia estar hoje se eu tivesse feito aborto da minha filha? É um sentimento, uma coisa que eu não consigo passar pela minha cabeça. Para mim não existe. É uma coisa que não existe.

Mas se tivesse [feito aborto], não me ajudaria em nada. Só iria piorar o sentimento que eu estava. O que ajudou muito foi o tempo que eu passei com minha filha... [...]

Mas tudo que eu pudesse imaginar se eu tivesse tirado... não iria me ajudar em nada e sim [teria] piorado muito mais a minha situação.

Como mãe, a maior satisfação que eu tenho foi o dia em que minha filha nasceu, que eu olhei para ela, que todo o amor que eu tinha por ela, quando eu olhei nela, aquilo me valeu a pena. Valeu e eu viveria tudo de novo se eu pudesse estar mais tempo com ela.

Eu não me arrependo, em momento nenhum de não ter feito aborto. [...] Mãe, ela está aqui para dar a vida e não para estipular uma hora e nem que esse filho tem que viver até aqui e pronto. Ela está dando a vida pelo filho... Se ele tem saúde, se ele vai viver ou não, independente do tempo que ele vai viver, ela vai dar a vida para ele; agora, tirar não.

Eu não me arrependo novamente de não ter feito o aborto. [...]. Eu acho que não tem como uma mãe estipular uma hora até que o filho tenha que viver. Uma mãe nunca vai se arrepender de carregar o filho, passar por uma gravidez, por qualquer dificuldade que seja. A dificuldade maior é saber que eu estipulei até uma hora de meu filho viver: “ele vai viver até aqui porque não vai ser bom para mim”.

Eu acho que a satisfação de uma gravidez, da hora de um parto, independente da hora que o filho vai viver, isso apaga qualquer sofrimento que uma mãe passa.


Kleber, pai de Júlia:

Graças a Deus, a gente conduziu até o final essa gravidez [...].

O aborto é um crime na verdade. As pessoas falam como se fosse uma coisa banal, e não é.

A gente conduziu até o final, graças a Deus, com a ajuda de Deus.

No dia que ela nasceu, a Carla ficou internada, eu acompanhei o enterro da minha filha. E depois que teve o desfecho do enterro, a sensação era de um dever cumprido, consciência limpa, graças a Deus. Acho que a principal lição foi essa: de consciência limpa perante a sociedade e perante Deus principalmente, de não ter feito alguma coisa de errado.


Carla (chorando):

Eu sinto saudade da minha filha... [...] Não tem nada que preencha o espaço dela. Eu tenho dois filhos, mas o lugar dela para mim está lá. Ela é minha terceira filha. Para mim não tem nada que preencha o lugar dela. É a minha filha. É alguém que... Hoje ela estaria com quatro meses. Então a gente lembra: “Hoje ela estaria com um mês, dois meses... E se ela estivesse aqui, como seria?...” A gente se lembra dela como alguém lá em casa. Ela tem um lugar dela para mim e nenhum dos meus filhos substitui ela. A gente pensa como ela estaria hoje... o tamanho com que ela estaria crescendo...

Primeira parte:

Segunda parte:

Anápolis, 13 de agosto de 2011.

Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz

Presidente do Pró-Vida de Anápolis

Dioceses de todo Brasil rezarão hoje pela vida e contra a legalização do aborto dos anencéfalos


REDAÇÃO CENTRAL, 10 Abr. 12 / 03:05 pm (ACI)

Respondendo ao apelo da CNBB, realizado na última sexta-feira através de uma carta assinada pelo seu presidente, o Cardeal Arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno e demais membros da presidência da entidade, arquidioceses e dioceses em todo Brasil farão vigílias pelavida nesta terça-feira pedindo que na votação de amanhã, 11, o Supremo Tribunal Federal não aprove a ADPF 54, um recurso que legalizaria oaborto de bebês diagnosticados com anencefalia.

Em Brasília, os movimentos pró-vida Legislação e Vida (de São Paulo) e Pró-Vida e Família (de Brasília) estarão organizando hoje uma grande vigília em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal que terá início às 18h e contará com a presença de líderes e defensores da vida de todo o país, além da presença de artistas que apóiam o direito a nascer de todos os bebês brasileiros como a cantora Elba Ramalho. Elba, que em um emotivo testemunho à Canção Nova confessou ter feito um aborto e hoje é uma das mais destacadas defensoras da vida nascente no país animará a noite e rezará com os pró-vidas que se reunirão na capital brasileira para pedir que o Supremo não legalize o aborto dos anencefálicos.

Por sua parte, Dom Carmo João Rhoden, bispo de Taubaté e líder do movimento Legislação e Vida, convidou todos os brasileiros a participarem da grande vigília na Praça dos Três Poderes hoje. 
Em entrevista exclusiva a ACI Digital Dom Roden afirmou: “Eu quero aliar minha voz à dos meus colegas do Episcopado que estão conclamando os católicos a que rezem, escrevam, se relacionem com o STF no sentido de lutarmos para que não seja aprovada a ADPF 54 que visa a morte das crianças portadoras de anencefalia”.
    
“A Igreja é a favor da vida. Luta pela vida. Briga pela vida. Jesus veio para que todos tivessem vida. Nós, que somos Seus discípulos queremos o mesmo. Portanto, somos contra toda espécie de aborto diretamente provocado. Queremos que a dignidade da pessoa humana seja reconhecida, especialmente no caso das crianças portadoras de anencefalia”, asseverou o bispo de Taubaté.

Na arquidiocese de São Paulo (SP), os católicos também se reunirão para rezar pela vida. Em unidade com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, solicitou ao clero e a todos os fiéis que realizem nas paróquias vigílias de oração nesta terça-feira, 10, “para que a vida humana seja respeitada e preservada em todas as circunstâncias”. 

“Só Deus é senhor da vida e não cabe ao homem eliminar seu semelhante, dando-lhe a morte”, afirma a carta de convocação de Dom Odilo aos fiéis da capital paulista.

A arquidiocese também preparou um subsídio chamado “Rezando pela vida”, que poderá ser usado em vigílias em outras dioceses:
http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/sites/arquidiocesedesaopaulo.pucsp.br/files/Rezando%20pela%20vida_ArquidiocesDeS%C3%A3oPaulo.pdf 

A Arquidiocese do Rio também realizará na noite de hoje uma vigília pela vida nascente a pedido do seu arcebispo metropolitano, Dom Orani João Tempesta e da Conferência Episcopal brasileira. Todas as paróquias e capelas da Arquidiocese do Rio de Janeiro estarão unidas em oração pela defesa da vida dos bebês portadores de anencefalia na noite desta terça, véspera da votação no Supremo. 

A nota oficial da Arquidiocese convocando para o evento recorda que “se o STF definir esse tipo de aborto como constitucional poderá estar abrindo precedente para a descriminalização de outras formas de aborto, como as que já foram propostas em projeto que tramita no Congresso Nacional”.

“Mesmo que seja breve, todos têm direito à vida, e por isso ela deve ser acolhida como dom e compromisso. Nós, que acreditamos em Cristo, não podemos permitir que a legislação abra caminhos para que a vida seja desvalorizada em nosso país”, afirmou o arcebispo Dom Orani.

Em Belo Horizonte, Jovens da Arquidiocese mineira se preparam para a vigília de oração em defesa da vida, desta terça-feira, que terá lugar no Santuário de Adoração Perpétua Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem. A vigília terá início às 20h30, com a reza do terço na Praça Sete, centro de Belo Horizonte, saindo em procissão para a igreja, onde farão a adoração do Santíssimo Sacramento até à meia-noite.  

Com a vigília, os jovens se unem em oração às 269 paróquias da Arquidiocese de Belo Horizonte e às dioceses e arquidioceses de todo o país, contra o aborto de anencéfalos, que será julgado pelo Superior Tribunal Federal (STF) dia 11 de abril.

Atendendo ao pedido do Arcebispo de Maringá, Dom Anuar Battisti, o grupo de oração Raio de luz, da Renovação Carismática Católica da Arquidiocese, fará hoje (10) a partir das 20h um grande momento de Oração pela Vida e contra a proposta de descriminalização do aborto de anencéfalos – casos em que o feto tem má formação no cérebro. Todos os grupos de oração e de reflexão da Arquidiocese são chamados a realizar momentos de oração por esta causa.

Finalmente, em consonância com o pedido da CNBB e as manifestações de diversos bispos brasileiros, a diocese de Frederico Westaphalen informou que “Hoje, 10 de abril, será celebrada Santa Missa em Defesa da Vida. A Celebração será na Cripta da Catedral Diocesana, a partir das 20h00min, presidida pelo Bispo Dom Antonio Carlos Rossi Keller”. 

Dom Keller compartilhou em exclusiva a ACI Digital sua posição sobre a ADPF 54; uma questão que segundo o bispo “certamente irá afetar e muito a vida de tantas pessoas no Brasil”.
    
“No Brasil, a meu ver, o aborto vem sendo tratado com uma aparente normalidade. Parece que é uma questão a ser resolvida e que não envolve outras questões junto. Na verdade, é lamentável este caminho que tenha sido escolhido: o de que algumas pessoas se outorguem o direito de decidirem sobre a vida de outras pessoas”, disse Dom Keller.
    
“No Brasil não temos a pena de morte, contudo, o país encaminha-se para aceitar, numa lei, a pena de morte daqueles que ainda não nasceram; daqueles que não terão chance de nascer; daqueles que não terão chance de receber o sacramento do Batismo”, afirmou.
    
“Esse é um momento para que nós, bispos do Brasil, católicos do Brasil e todas as pessoas de boa-vontade que têm sensibilidade para a vida, nos unamos para expressarmos nossa opinião contrária a essa decisão de aprovação do aborto”, concluiu o prelado exortando todos os brasileiros à oração pela vida e a dar valor a toda vida nascente na nossa sociedade e nas leis brasileiras.